terça-feira, 27 de maio de 2008

e-scritorio_de_@dvocacia.com


Dois jovens advogados tiveram uma idéia brilhante: fariam um escritório de advocacia virtual. Manteriam contato com os clientes através de sua página na Internet, via “Chat” e e-mail. Assim não necessitavam de grande infra-estrutura no escritório, pois jamais receberiam os clientes. Estes escolheriam no website do escritório o tipo de ação que desejassem ingressar e, na própria página, saberiam quais documentos digitalizados deveriam encaminhar via e-mail aos advogados. No mesmo local, através dos dados digitados pelos clientes, seriam gerados automaticamente procuração e boleto bancário relativo aos honorários.

Fizeram uma grande divulgação via Internet, a despeito das possíveis implicações éticas, mas advertiram que só poderiam entrar com ações relativas a determinadas matérias e somente nos foros que admitissem o processo eletrônico. Isso, ainda que limitasse um pouco a atuação, era mais do que compensado pela abrangência nacional e, quiçá, internacional do escritório especialista em processos eletrônicos.

A idéia foi maravilhosamente bem aceita pela comunidade virtual e uma enxurrada de processos começou a ser contratada on-line. Na mesma proporção o dinheiro entrava na conta dos advogados a quem incumbia o único trabalho de reencaminhar os documentos já digitalizados pelos próprios clientes para os endereços dos tribunais.

Mas o que parecia um paraíso não demorou a se converter em um pesadelo para os dois jovens. Isso porque os processos virtuais simplesmente pararam de andar! Especialmente aqueles distribuídos na própria comarca em que se situava o escritório. Sempre que os advogados acessavam os processos eletrônicos e solicitavam sua situação atualizada, a seguinte mensagem aparecia na tela:

“Erro no servidor ~(:-( Servidor não encontrado: mais de 5 minutos sem responder. Tente acessar mais tarde. Se o problema persistir, consulte o administrador do sistema.”

Com a demora nos processos os clientes, que eram freqüentadores assíduos da Internet, se indignaram. Convenhamos, este não é o tipo de clientela com quem alguém gostaria de se indispor. Não demorou para se criarem comunidades no “Orkut” difamando o escritório, hackers passaram a invadir sistematicamente os computadores dos jovens hermeneutas, roubando senhas e fotos que passaram a circular em correntes de e-mails.

A situação ficou de tal forma insustentável que os jovens decidiram quebrar o protocolo. Ao mais articulado incumbiu a tarefa de ir pessoalmente ao fórum e exigir providências. Ao outro incumbiu a missão de ficar no escritório respondendo às cobranças dos clientes.

Não demorou muito para o que saiu retornar cabisbaixo. O que ficara, ansioso pelas novidades, o interpelou imediatamente:

– E aí? Problema resolvido?

– Pior é que não...

– Que que houve?

– Servidor não encontrado...


http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?idnoticia=11578

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